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quarta-feira, 9 de julho de 2014

Brasil é goleado pela Alemanha e vê morrer sonho do título em casa


Com cinco gols marcados ainda no primeiro tempo, alemães fizeram 7 a 1 no time de Felipão


Brasil é goleado pela Alemanha e vê morrer sonho do título em casa Adrian Dennis/AFP
Foto: Adrian Dennis / AFP
Um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete. Por pura compaixão da Alemanha, que teve piedade no segundo tempo, não foi oito ou nove. Dez, talvez. Uma Seleção Brasileira faceira, mal escalada pelo seu técnico, deixa a Copa do Mundo assinando o maior vexame de sua história futebolística, levando 7 a 1 em uma semifinal disputada dentro de casa.


Foi constrangedor, do início ao fim. Um suplício. O que se viu foi um time organizado, compactado, capaz de fluir um contra-ataque com meia dúzia de passes rápidos e se fechar em bloco logo em seguida em questão de segundos. Esta era a Alemanha.

Do outro lado, um Brasil desprotegido no meio-campo, aberto, varzeano, uma baderna tática, errando lances bisonhos e assustado com a superioridade do oponente. Sem Neymar, Luiz Felipe Scolari poderia ter sido humilde e se defendido, reconhecendo o melhor futebol do adversário.


Até treinou com Paulinho em seu lugar, formando um tripé de volantes para marcar o setor mais forte dos alemães, que há anos todos sabem ser o meio-campo. Mas Felipão resolveu abandonar suas origens e se abriu, com toques de soberba. Escolheu o pequenino Bernard, escancarando suas entranhas. A Alemanha se serviu.


O primeiro tempo foi humilhante.

Bernard, escalado para ser a surpresa corajosa de Felipão, tornou-se um fracasso. Mal tocou na bola. Sumiu diante do gigante Hoewedes, o lateral-esquerdo que o marcou. Hulk, do outro lado, seguiu igual aos outros jogos. Força, vontade, espaço para avançar mas, quando tinha de tocar na bola, errava.

Oscar jogou ao lado de Luiz Gustavo, incompreensivelmente. Assim, com a linha de três atrás de Fred em total naufrágio, nem deu para culpar o centroavante, de novo inoperante.



Diante deste cenário, em pouco menos de meia hora, o maior fiasco brasileiro em toda a sua história de Copas estava consumado. Depois do primeiro gol, de Müller, logo aos 10 minutos, a Seleção se desintegrou. Ninguém entendia nada no Mineirão. Aos 22, Klose marcou o seu 16º gol em Mundial, superando Ronaldo. Até isso.

Aos 24, Kroos aumentou. Não perca a conta. 3 a 0. Aos 25, o mesmo Kroos, se aproveitando de uma lambança de Luiz Gustavo e Fernandinho à frente da área, formou o quatrilho. Aos 29, Khedira, um dos volantes que o Brasil não se importou em marcar, se desprendeu lá de trás e fez o quinto gol.

A partir daí, foi treino.

Os alemães cantavam "Rio de Janeiro, ô, ô, ô", trocando o jota por xis. Os torcedores brasileiros se olhavam, atônitos. Outros choravam. Depois, xingaram Fred, quando este atrasou uma bola para o goleiro. Em seguida, repetiram a dose com Oscar. E até Bernard. E quase todos os jogadores brasileiros.

Por compaixão, a Alemanha tirou o pé no segundo tempo. As entradas de Paulinho e Ramires nos lugares de Fernandinho e Hulk, é claro, melhoraram o Brasil na volta do intervalo. Dois volantes, que ajudaram a marcar o forte meio-campo alemão. Paulinho quase assinalou o de honra aos 8 minutos, obrigando Neuer a se aquecer um pouco e fazer ótima defesa.

O jogo escorreu pelo ralo da vergonha, com a Alemanha tendo piedade do Brasil, até o apito final do mexicano Marco Rodríguez. Ainda houve tempo para Schürrle fazer o sexto e o sétimo. E o que se viu no Mineirão foi a história ao contrário. O gol de honra de Oscar foi quase uma galhofa.

Em vez de superar a ausência de Neymar com superação e valentia, a tragédia esportiva. O futebol brasileiro nunca mais esquecerá o seu pior fiasco em todos as Copas.

COPA DO MUNDO, SEMIFINAL, 8/7/2014

BRASIL
Julio César; Maicon, David Luiz, Dante e Marcelo; Luiz Gustavo, Fernandinho (Paulinho, int), Bernard, Oscar e Hulk (Ramires, int); Fred (Willian, 25'/2ºT)

Técnico: Luiz Felipe Scolari

ALEMANHA

Neuer; Lahm, Boateng, Hummels (Mertesacker, int) e Höwedes; Schweinsteiger, Khedira (Draxler, 31'/2ºT), Kroos, Özil e Müller; Klose (Schürrle, 12'/2ºT)

Técnico: Joachim Löw

Gols: no primeiro tempo, Thomas Müller, aos 10, Miroslav Klose, aos 22, Toni Kroos, aos 23 e aos 25, e Sami Khedira, aos 28 (A); no segundo tempo, Andre Schürrle (A), aos 23 e aos 33, e Oscar (B), aos 45

Cartão amarelo: Dante (B)

Arbitragem: Marco Rodríguez, auxiliado por Marvin Torrentera e Marcos Quintero

Local: Mineirão, Belo Horizonte, 17h